A Visão Tradicional de uma Avaliação de Empresas
Muitas vezes associamos a avaliação de empresas e negócios a momentos específicos da vida das empresas, em particular, em vertentes de investimento e/ou de desinvestimento. A pertinência de determinar o valor de uma empresa emerge, na grande maioria dos casos, quando se encara a possibilidade de vender, comprar e fundir empresas e/ou negócios.
Uma etapa importante na tomada de decisão de comprar ou vender tem subjacente o entendimento efetivo do justo valor de negócio/empresa e do seu preço no mercado, ou do seu preço em proposta de compra. Ajuda, naturalmente, a balizar e avaliar, não só a capacidade para realizar a transação, mas também as perspetivas, sempre importantes, do período de recuperação do investimento, rentabilidade esperada, estrutura de financiamento e afins.
A Avaliação de Empresas como Indicador de Desempenho
Contudo, na perspetiva da HMBO, existe outro elemento relevante a respeito à avaliação de uma empresa, em particular enquanto fator de avaliação do desempenho na geração de valor da empresa pela gestão. Efetivamente, acreditamos que o valor da empresa deve ser encarado como um KPIM (Key Performance Indicator of Management), a ser avaliado anualmente, numa lógica comparativa e evolutiva, permitindo identificar tendências, padrões e áreas de preocupação, com informações e dados relevantes para uma abordagem proativa na condução dos negócios e gestão.
Um dos principais desígnios que a equipa de gestão de uma empresa deve ter, para além de gerar valor para os shareholders, deverá ser o foco estratégico no aumento efetivo do valor da empresa. Conforme referido, a medição dever ser regular, numa base anual, e comparativa cronologicamente, para se ter perceção da evolução do valor ao longo do tempo e o seu cruzamento com momentos críticos na lógica evolutiva da empresa.
Ao enfatizarmos o valor da empresa, damos também relevância à sua dimensão de “ativo”, fortemente suportada numa perspetiva de negócio. Isto ajuda a leitura das variáveis chave que contribuem para o crescimento do seu valor, sendo importante e integrante para a tomada de decisão. O papel da gestão na criação de valor para a empresa passa a ter, assim, maior amplitude, o que levará a uma discussão abrangente sobre a avaliação do desempenho da estratégia e da gestão da empresa. Elevam-se ações que influenciem positivamente o valor da empresa, como a inovação, a eficiência operacional e o desenvolvimento de talentos, no seu contributo no médio e longo prazo para valorizar ainda mais a sustentabilidade do valor que a empresa adquire ao longo do tempo.
Sucesso a Longo Prazo
Em suma, a avaliação de empresas não é apenas uma ferramenta para momentos específicos de transações comerciais, mas sim um indicador contínuo e fundamental do desempenho da gestão. Ao integrar esta prática como indicador de desempenho, os gestores podem não só avaliar o valor atual da empresa, como também traçar um caminho claro para o futuro, identificando áreas de melhoria e oportunidades estratégicas.
Através da adoção de uma abordagem proativa para a avaliação de empresas e ao enfatizar a criação de valor como objetivo primordial, as organizações podem fortalecer a sua posição competitiva, promover a transparência e governança corporativa e, em última análise, gerar retornos sustentáveis para todos os stakeholders envolvidos. A avaliação de empresas não é apenas uma prática de gestão, mas sim uma filosofia empresarial que impulsiona o sucesso a longo prazo.
CEO