Desafios em Sintonia
O MagazineHM #49 apresenta a entrevista realizada a Fernando Santos, Strategic Council Chairman da Desafios em Sintonia, empresa cliente da HM Consultores que fabrica equipamentos médicos e de proteção individual, com grande capacidade exportadora.
Entrevista
De Aveiro para o mundo, a Desafios em Sintonia foi fundada em 2015 e desde então que passou por contextos desafiantes que exigiram assertividade e liderança aguerrida. Após algumas transformações, como foi o ano de 2023 para a empresa?
O ano de 2023 será, pelas indicações que temos, o reflexo da continuidade do trabalho feito nos anos anteriores com o aumento da faturação e das vendas na ordem dos 22%. A Empresa consolidou mercados, designadamente Brasil e China, mas não descurou os outros, perspetivando-se um volume de exportações na ordem dos 60%. Paralelamente, ao abrigo de uma candidatura, Inovação Produtiva, PT 2020, está a concluir a nova unidade produtiva, 6000m2, de última geração, dotada de um conjunto de equipamentos e tecnologias que permitirão o controlo dos principais elos da cadeia de valor, desde as matérias-primas, a produção, o controlo da qualidade, o embalamento e armazenamento dos produtos produzidos. Estes produtos irão ampliar o portefólio dos que já se produzem (Máscaras cirúrgicas e FFP2), com fatos, batas, toucas, cobre-pés, toalhetes (secos e húmidos), bem como uma sala branca e uma unidade de blisterização e encapsulamento de medicamentos. Com esta nova Unidade Produtiva, a Desafios em Sintonia perfila-se como um dos melhores e maiores players, nacionais, nas vertentes de Equipamentos de Proteção Individual e Dispositivos Médicos.
Quais são as particularidades do vosso setor que o tornam desafiante de trabalhar?
Existem várias particularidades e exigências que tornam este setor desafiante e, ao mesmo tempo, muito exigente, dado estarmos, desde logo, a trabalhar na vertente da saúde e da proteção individual. Estes dispositivos são a diferença, muitas das vezes, entre a saúde e a doença, pois se não forem respeitadas todas as normas e exigências, nacionais e internacionais, poderão comprometer o bem-estar de toda uma equipa e dos utentes. Por outro lado, é sempre possível e desejável inovar e fazer diferente, não só nas matérias-primas, como no seu embalamento, distribuição e na reciclagem, numa filosofia de reutilização, economia circular, que a todos trará benefícios económicos e sociais, e ao planeta, menos carbono, menos poluição e menos desperdícios.
Neste período pós-pandémico têm sentido novas exigências por parte dos vossos clientes? Que alterações é que a pandemia de COVID-19 provocou no negócio?
No período da pandemia de COVID-19, dada a emergência e as necessidades dos Hospitais, Clínicas, IPSS, Escolas, entre outras Entidades/Instituições/Empresas, bem como da população, a Desafios em Sintonia acelerou o seu processo de transição e de resposta, bem como as suas parcerias nacionais e internacionais, para que as muitas solicitações tivessem as respostas que o momento exigia. Hoje, passado esse período, o mercado regressou, se assim o podemos dizer, à sua normalidade, tendo tempos de resposta mais alargados e com mais exigência.
A empresa aproveitou os fundos europeus do Portugal 2020 para apoiar financeiramente o investimento em novas tecnologias que vão melhorar a qualidade e a eficiência da produção. Como é que tem sido trabalhar com a HM Consultores nesta frente e de que forma é que estes investimentos influenciarão a competitividade da Desafios em Sintonia?
Consideramos a HM Consultores como um parceiro e não um fornecedor de serviços. Dos vários projetos que já concretizámos, não podemos esquecer o Inovação Covid-19, onde a Desafios em Sintonia, em colaboração com a HM, concretizou, num período reduzido de tempo, a sua 1.ª Unidade Produtiva, que muito contribuiu para que, com a fabricação/produção de Máscaras Cirúrgicas e FFP2, de uso obrigatório nesse período, não faltassem no mercado. Hoje, estamos juntos a concluir outro Projeto, como referido anteriormente, com outros valores e dimensões. Desde a conceção da ideia, à sua concretização, passando pela submissão e acompanhando, em tempo real, temos feito um trabalho muito positivo e que terá o seu epílogo ainda este ano civil, com uma Unidade Produtiva, totalmente robotizada, full-automatic, nas suas diferentes linhas de produção, mas também a montante (receção da matéria-prima) e a jusante (armazenamento e expedição). A robotização de todo o processo, a digitalização do mesmo, bem como o uso de materiais recicláveis e painéis fotovoltaicos, contribuirão para que a Desafios em Sintonia enfrente com otimismo os próximos tempos.
A internacionalização é parte da identidade da empresa. Exporta para mais de 20 países e tudo indica que prometem não ficar por aqui. Quais sãos os planos a médio/longo prazo para cimentarem o vosso posicionamento num setor tão concorrencial? Ponderam concorrer aos fundos europeus do Portugal 2030 para vos ajudar nesta missão?
Como já referido, a Desafios em Sintonia exporta para vários países, sendo que no ultimo ano, 55%, da sua faturação foi para mercados externos, e pretendemos aumentar este valor, em termos percentuais e em valor absoluto. Assim, estamos a trabalhar em diversas medidas de apoio à internacionalização, em parceria, como por exemplo, participação em Feiras Internacionais e/ou outros eventos, bem como em projetos individuais, como a medida de apoio à Internacionalização das PME, para a qual já iniciámos o trabalho, em parceria com a HM Consultores. Estas e outras medidas são muito importantes para a Desafios em Sintonia e outras PME para que deem o salto qualitativo que o mercado global exige.
Fernando Santos, Strategic Council Chairman