A HM Consultores apoia-se em todos os seus colaboradores para que o seu serviço seja de excelência ao longo de mais de 30 anos. Na MagazineHM #29 apresentamos a entrevista a Paulo Pires, Diretor da Área de Incentivos & Benefícios Fiscais.
Depois de aliviadas as restrições ao trabalho presencial, a HM Consultores adotou um novo modelo misto de trabalho, conferindo aos seus funcionários o benefício de permanecerem em teletrabalho parte da sua jornada semanal. Que fatores influenciaram essa decisão?
Para nós foi um processo evolutivo natural, na medida em que quando fomos forçados a trabalhar exclusivamente em teletrabalho, sabíamos que tínhamos um sistema de informação robusto e que o principal desafio se centraria na capacidade das pessoas se adaptarem à nova realidade. Ao longo de 2020 e 2021 tirámos o máximo partido da digitalização de processos e centralização da informação que tínhamos investido em 2019, centrando os nossos esforços no bem-estar dos nossos colaboradores e no seu desenvolvimento.
A resposta superou as expectativas! Uma vez que reunimos todas as condições, agora na HM incluímos a possibilidade de seguir um regime misto de trabalho presencial e teletrabalho. Sentimos que esta é mais uma forma de a HM Consultores agradecer à sua estrutura, e capitalizar o que de bom esta crise nos trouxe.
A realidade laboral e expectativas dos trabalhadores evoluíram bastante nos últimos anos, influenciadas pela pandemia quase na sua totalidade. Existe hoje receio de se voltar ao escritório?
Não vejo como sendo um receio, mas sim uma mudança. Depois de mais de um ano de teletrabalho, mudámos a nossa forma de relacionamento com a liderança, colegas e clientes; organizámos o trabalho de uma forma diferente, com períodos de maior foco e introspeção e outros de colaboração; passámos a gerir a vida pessoal em função do teletrabalho.
Contudo, acreditamos que é importante que haja um equilíbrio entre o teletrabalho e o trabalho no escritório. Queremos que os nossos colaboradores possam desfrutar de tempo em escritório, com todas as vantagens que o open office nos traz e que continuem a privilegiar o contacto e proximidade com os nossos clientes, apresentando soluções de excelência nas nossas áreas de especialização.
No teu caso, como se minimiza o impacto de estares distante fisicamente?
Há um ano que estou a trabalhar fora do país, com um fuso horário de menos 5 horas face a Portugal. Tem sido um desafio bastante exigente do ponto de vista interno e externo.
A nível interno, considero que os fatores Confiança, Autonomia e Entreajuda são os mais críticos. Se a confiança mútua não for fortalecida podem ser criados problemas que com a distância são sempre mais difíceis de resolver. Essa confiança que é transmitida também impulsiona a autonomia e a tomada de decisão no trabalho do dia-a-dia, que na nossa atividade são dois fatores críticos de sucesso. Por último, como a equipa da HM Consultores já se caracterizava pelo espírito de entreajuda, a capacidade de resposta tem sido boa.
Já a nível externo, é necessário estabelecer e diversificar os meios de comunicação com o cliente, reforçar e alargar o suporte da equipa em Portugal, garantindo sempre que o cliente sente a nossa disponibilidade e o nosso foco em cada fase do seu projeto.
Que balanço fazes do seu modelo de trabalho atual?
Durante 2021, senti que acompanhei a equipa de uma forma próxima, bem como os nossos clientes. Por isso, o balanço deste primeiro ano foi muito positivo, sendo que adaptei a minha forma de trabalhar para que sintam esta proximidade e confiança.
Sabemos que é uma situação temporária e felizmente temos conseguido dar uma boa resposta aos nossos clientes. Prova disso é o incremento dos nossos rácios de submissão e aprovação de processos; o crescimento da equipa técnica; e o lançamento de novos serviços – em 2022 vamos efetivamente apostar nesta dimensão!
O ano de 2022 fica marcado pela efetivação do PRR no apoio às Empresas e na esperada abertura do Portugal 2030. Neste período de transição entre quadros comunitários, o que esperas do Portugal 2030 que não foi tão bem conseguido no Portugal 2020?
Eu faço uma avaliação positiva do Portugal 2020. Conseguiu-se efetivamente alargar o âmbito de aplicação dos Fundos Comunitários, sob as temáticas da inovação, I&D e contratação de resultados. Ao contrário da transição anterior, em que efetivamente o QREN apresentava problemas de concretização que deviam ser ultrapassados. Espero que o Portugal 2030 siga a linha de evolução traçada pelo Quadro que agora cessa.
Partimos para o desenho do novo Quadro com um cenário económico bastante vantajoso, mas desde então temos sofrido sucessivos dissabores. O Brexit teve impacto imediato no orçamento europeu; os efeitos da pandemia ainda estão longe de ser conhecidos; tenho muitas dúvidas sobre o real impacto do Programa de Recuperação e Resiliência nas empresas; e a recente guerra na Ucrânia terá repercussões económicas e políticas que ainda não se podem medir. Espero que voltemos a um período de mais estabilidade, para que a operacionalização dos projetos seja tão bem implementada, como a estratégia bem definida.
Para além de tudo isto, tenho receio que a priorização do PRR face a outros apoios esbarre na consciencialização de que muitos dos projetos não terão os apoios inicialmente idealizados por parte das empresas candidatas. Pelo menos a execução dos últimos fundos do Portugal 2020 está a ser colocada em segundo plano, quando podemos estar perante uma derradeira “falta à chamada” no PRR.
Paulo Pires
Diretor da Área de Incentivos & Benefícios Fiscais