Duas empresas do Alto Minho – a produtora de vinhos Soalheiro e a têxtil Tintex – desenvolveram um tecido alternativo ao couro feito com algodão orgânico e bagaço de uva passível de ser utilizado em diversos tipos de produtos.
“Temos um resíduo que são os bagaços das uvas, que resultam da prensagem [extração do sumo que dá origem ao vinho]. Esses bagaços têm várias possibilidades de ser utilizados na indústria vitivinícola, mas a sua valorização não é significativa. E então surgiu a ideia, com a Tintex, de fazer uma experiência e utilizar este resíduo vegetal (que no fundo são películas de uva) para revestir um tecido orgânico”, explicou à agência Lusa o gestor e enólogo do Soalheiro, Luís Cerdeira.
Desta experiência resultou a criação, há apenas alguns dias, do primeiro tecido de algodão orgânico com incorporação de uva, estando agora em aberto a sua utilização em diversos produtos e fins como um sucedâneo do couro.
“Agora é que é começa o sonho”, afirma Luís Cerdeira.
Já o diretor de inovação da Tintex, Pedro Magalhães, diz esperar ter, “até à próxima vindima, diversos tipos de produtos” com o novo tipo de tecido incorporado, “seja em rótulo para garrafas ou em alguns tipos de vestuário”.
“As possibilidades são muitas e dependem dos nossos clientes, embora sempre em parceria connosco”, sustentou.