Um Novo Capítulo na Eficiência Operacional
A nova liderança da Leanked tem rosto. Apresentamos Fábio Bastos, em entrevista.
Profissional com ampla experiência em gestão de operações, supply chain e melhoria contínua, focado na otimização de processos, eficiência operacional e entrega de valor sustentável para as organizações. Ao longo da sua trajetória, liderou transformações estratégicas, desenvolvendo e implementando iniciativas que aprimoraram a produtividade, reduziram custos e fortaleceram a competitividade empresarial.
A sua abordagem é orientada por dados, inovação e metodologias ágeis, garantindo a tomada de decisões assertivas e a construção de operações resilientes e escaláveis. Com forte capacidade de liderança e gestão de equipas multidisciplinares, promove uma cultura de alto desempenho, colaboração e melhoria contínua, impulsionando o crescimento organizacional.
Comprometido com a excelência operacional e estratégica, procura constantemente novas oportunidades para agregar valor, gerar impacto positivo e fortalecer a competitividade das empresas no mercado.
Entrevista

1. Assumiste há cerca de um mês o cargo de CEO da Leanked, uma empresa de consultoria em eficiência operacional com 16 anos de existência. No início, alguns empresários perceberam logo o valor dos serviços da empresa, mas outros não deram tanta importância à produtividade. O mercado está hoje mais recetivo aos serviços de consultoria em eficiência operacional do que quando a Leanked foi fundada?
Sim, claramente. O mercado evoluiu — e com ele, a mentalidade dos decisores. Quando a Leanked surgiu, eficiência ainda era confundida com cortes. Hoje, os gestores mais atentos percebem que eficiência é crescimento com inteligência — é libertar tempo, reduzir ruído e alinhar esforços com propósito.
Nos últimos anos, a pressão nos custos, a escassez de talento e a velocidade das mudanças fizeram com que empresas de todos os setores começassem a olhar para dentro: processos, fluxos, decisões, tecnologia — tudo passou a estar em cima da mesa.
O que noto é que a resistência já não é à ideia de eficiência, mas ao “como” fazê-la acontecer. E aí é onde a Leanked entra: com método, proximidade e resultados visíveis.
2. Os serviços da Leanked aplicam-se a muitos setores e tipos de empresa, mas sabemos que tentar chegar a todos nem sempre é a estratégia mais eficaz. Como defines hoje o posicionamento da Leanked no mercado?
A Leanked posiciona-se como parceira estratégica para empresas que querem operar com mais inteligência e menos desperdício — seja na indústria, nos serviços ou na logística. Mas não nos iludimos: não somos para todos, e não queremos ser.
O nosso foco está em organizações com um mínimo de estrutura, que já entenderam que crescer sem repensar processos, tecnologia e mentalidade é receita para o caos.
Temos uma base sólida na indústria, onde os ganhos são tangíveis. Mas também temos vindo a crescer junto de empresas de serviços e distribuição, porque os princípios Lean aplicam-se a qualquer negócio que tenha pessoas, processos e decisões.
O nosso posicionamento é claro: tornar a eficiência simples, prática e mensurável.
3. A tecnologia está a transformar todos os setores e a consultoria não é exceção. Como é que a adoção de tecnologias como a IA e a automação está a mudar, na prática, a forma como a Leanked intervém no terreno e responde às necessidades dos clientes?
O nosso princípio é simples: a tecnologia não é a solução — é o acelerador da solução certa.
Na prática, usamos IA e automação para recolher dados mais rápido, visualizar padrões mais cedo e tomar decisões com mais base real e menos feeling. Ferramentas que antes demoravam semanas a gerar insights, hoje produzem em minutos — e isso muda completamente a agilidade da intervenção.
Mas atenção: não usamos tecnologia para impressionar, usamos para simplificar. Se um processo pode ser otimizado com um bom workshop, não vamos complicar com dashboards em 3D.
A Leanked tem investido em integrar tecnologia no terreno, mas sempre com foco na utilidade:
- Dashboards automáticos para acompanhar eficiência em tempo real;
- IA para análise de causa raiz em processos complexos; e
- Automações simples que reduzem tarefas repetitivas.
A diferença está no equilíbrio: dados, método e proximidade humana. Isso não muda — mesmo com toda a tecnologia do mundo.
4. Num contexto marcado por incerteza, transformação digital e expectativas sociais em mudança, o papel do CEO deixou de ser apenas estratégico ou operacional — passou a ser também humano, adaptável e comunicador. Que competências consideras mais críticas para um CEO no contexto atual — e como procuras desenvolvê-las em ti próprio?
Sem prejuízo dos atuais desafios comerciais internacionais mencionados, vemos fortes sinergias. Para mim, há três competências que são absolutamente críticas hoje: escuta ativa, coragem para decidir e capacidade de simplificar.
Num mundo onde toda a gente tem opinião e os dados nunca mais acabam, um CEO precisa de saber ouvir com atenção, separar o ruído do essencial e avançar com clareza. Para isso, é preciso mais do que visão estratégica — é preciso humildade para aprender e coragem para agir mesmo com incerteza.
Acredito muito no papel do CEO como comunicador interno: alguém que traduz a visão em linguagem real, que inspira sem discursos e que está acessível para alinhar e desbloquear.
Pessoalmente, procuro desenvolver estas competências de forma muito prática:
- Converso frequentemente com pessoas de diferentes níveis na organização — para não perder a ligação ao terreno.
- Peço feedback direto — mesmo quando desconfortável. E reservo tempo para refletir, não só decidir.
No fundo, ser CEO hoje é ser estratega, facilitador e ser humano — tudo ao mesmo tempo.
5. O sucesso vai muito além dos resultados financeiros… Quais são os principais indicadores que usas para medir o sucesso da Leanked sob a tua gestão?
Claro que os indicadores financeiros são importantes — são o termómetro de sustentabilidade. Mas não são o coração da empresa.
Para mim, sucesso mede-se em três frentes:
- Impacto no cliente — Se o cliente não sente que a sua operação ficou mais leve, mais clara ou mais rentável, então não fizemos o nosso trabalho. Acompanhamos indicadores como lead time, produtividade, eficiência — mas também ouvimos: perguntamos diretamente aos nossos clientes se voltariam a trabalhar connosco. E isso vale ouro.
- Desenvolvimento da equipa — Uma empresa só cresce de forma sustentável se as pessoas também crescerem. Valorizo indicadores como iniciativas de melhoria propostas pela equipa, grau de autonomia nos projetos e aprendizagem interna. Se as pessoas estão mais capazes e mais alinhadas, estamos a ganhar.
- Relevância no mercado — Não basta existirmos há 16 anos. Temos de ser relevantes. Isso mede-se por quanto nos procuram, pelas conversas que geramos e pelo tipo de desafios que nos colocam. Se os temas estão a subir de nível, é sinal de que a confiança também está.
No fundo, o sucesso da Leanked não se mede só em euros — mede-se em valor entregue, confiança conquistada e equipa fortalecida. É isso que me guia.
Fábio Bastos, CEO