IA em 2026: 25% Sabem o que os Outros 75% Vão Demorar a Perceber
Há uma estatística que define 2025 melhor do que qualquer outra: 95% dos cold emails enviados este ano não geraram uma única resposta.
Não é um problema de ferramentas. Não é falta de investimento. É algo mais fundamental: a maioria das empresas continua a tentar ser ouvida por pessoas que não querem ouvir.
Enquanto isso, uma minoria silenciosa está a operar com regras completamente diferentes. E os resultados que obtêm parecem pertencer a outro mercado.
O Colapso que 2025 Tornou Impossível de Ignorar
Os números deste ano contam uma história que muitos preferem não ouvir.
A taxa média de resposta a cold emails caiu para 5,1%, uma queda significativa face aos 7% do ano anterior. As taxas de abertura colapsaram de 36% para 27,7%. E o mais revelador: empresas que enviam mais de um milhão de emails por mês viram a sua taxa inbox placement cair para menos de 28%.
Mais volume, piores resultados. O paradoxo de 2025.
E não foi por falta de tecnologia. A adoção de IA em equipas comerciais saltou de 39% em 2023 para 81% em 2025. Quase todas as empresas B2B têm agora alguma ferramenta de automatização, algum sistema de personalização ou alguma promessa de escala infinita.
Então porque é que os resultados pioraram?
Porque 2025 foi o ano em que os “guardiões” da inbox mudaram as regras em relação à deliverability e a maioria não percebeu.
O Ano em que a Inbox Fechou a Porta
Em novembro de 2025, a Google deixou de dar segundas oportunidades. Emails sem a infraestrutura técnica correta passaram a ser bloqueados, nem sequer chegam a existir no servidor do destinatário.
A Microsoft seguiu o mesmo caminho em maio, com penalizações severas para remetentes de alto volume. O Outlook, fornecedor dominante no mercado empresarial B2B, passou a ter a taxa de bounce rate mais elevada de todos: 6,95%, contra apenas 1,96% do Gmail.
O que significa na prática: se a sua infraestrutura técnica não estiver impecável (SPF, DKIM, DMARC, aquecimento de domínio, gestão de reputação) os seus emails nem sequer entram na luta pela atenção. São eliminados antes de existirem.
Mas mesmo para quem tem a infraestrutura certa, há um problema maior.
Os destinatários recebem, em média, 15 cold emails por semana. São 780 por ano. A saturação é total. E quando todos usam IA para “personalizar em escala”, a personalização deixa de ser diferenciadora, torna-se ruído.
Os 25% que Operam com Regras Diferentes
Aqui está o número que separa quem está a ganhar de quem está a perder terreno: apenas 25% das empresas B2B utilizam dados de intenção de compra.
É uma minoria. Mas os resultados dessa minoria são completamente superiores.
Empresas que utilizam estratégias baseadas em dados de intenção reportam taxas de conversão 78% superiores. Ciclos de vendas 3,2 vezes mais curtos. E 99% (praticamente todas) reportam aumento de vendas ou ROI após implementação.
A diferença não está em enviar mais. Está em saber a quem falar.
Dados de intenção permitem identificar empresas que estão ativamente a pesquisar soluções como a sua. Que visitaram websites de concorrentes. Que consumiram conteúdo sobre os problemas exatos que a sua empresa resolve. Que contrataram recentemente para áreas relevantes ou receberam financiamento.
Em vez de gritar para um mercado saturado, estas empresas estão a ter conversas com quem já está a ouvir.
É uma mudança de paradigma. De “quem podemos contactar?” para “quem está, neste momento, à procura do que oferecemos?”.
A Ilusão da Personalização em Escala
Muitas empresas acreditam que a resposta está em personalizar melhor cada email. E não estão completamente erradas. Campanhas com personalização avançada conseguem taxas de resposta de 18%, contra 9% de mensagens genéricas.
Mas há um problema com esta abordagem: continua a assumir que o destinatário quer ouvir.
A verdadeira personalização não é inserir o nome da empresa ou referenciar uma publicação recente no LinkedIn. É escolher contactar apenas quem demonstra, através do seu comportamento digital, que tem um problema ativo que precisa de resolver.
Os 25% que utilizam dados de intenção não são apenas melhores a escrever emails. São melhores a escolher para quem os enviam. Essa distinção, seleção Vs. mensagem, é o que separa sistemas que geram pipeline previsível de sistemas que geram ruído.
O que Significa para a IA em 2026?
As previsões para a IA em 2026 revelam uma tensão interessante. A Gartner prevê que 75% das organizações de vendas B2B vão utilizar soluções de IA como sistema primário de ação até 2026. Um número impressionante. Mas a Forrester oferece um contraponto: menos de 15% das empresas vão efetivamente ativar capacidades de IA agêntica até lá. A maioria vai continuar na superfície, ferramentas compradas, mas não sistemas construídos. Esta tensão entre adoção nominal e implementação real é o que vai definir os vencedores e perdedores do próximo ano.
As empresas que em 2025 construíram infraestrutura, não apenas compraram ferramentas, vão ter 12 a 18 meses de vantagem. Porquê? Porque sistemas baseados em dados de intenção melhoram com o tempo. Cada campanha calibra o modelo. Cada resposta refina a segmentação. Cada conversa valida o perfil de cliente ideal.
Quem começar agora, em 2027 terá sistemas profundamente otimizados para o seu mercado.
Quem continuar a apostar em volume, em 2027 estará ainda a lutar contra os mesmos 5% de taxa de resposta (ou menos).
A Pergunta Que Define o Próximo Ano
O mercado B2B está dividido em dois grupos.
De um lado, os 75% que continuam a investir em enviar mais, mais rápido, mais automatizado. Que medem sucesso pelo número de contactos feitos. Que tratam a IA como uma forma de escalar o que sempre fizeram.
Do outro, os 25% que perceberam que o jogo mudou. Que investem em saber quem contactar antes de decidir o que dizer. Que tratam a IA não como megafone, mas como radar.
Em 2025, ambos os grupos usaram inteligência artificial. Só um deles viu resultados.
A questão para 2026 é simples: a sua empresa está nos 25% ou nos 75%?