A MagazineHM #67 apresenta a entrevista realizada a Miguel Mergulhão Pinto, CEO da Flow AI Ops – empresa tecnológica parceira da HM Consultores
A Flow AI Ops é uma empresa especializada em soluções de automatização com Inteligência Artificial para empresas B2B. Construímos e implementamos sistemas personalizados que otimizam processos, eliminam tarefas repetitivas e melhoram a eficiência operacional. Potenciamos o crescimento sustentável através da otimização de tempo, aumento da receita e expansão do negócio com tecnologia inteligente e estrategicamente aplicada.
Entrevista

1. Há cerca de 1 ano a Inteligência Artificial Generativa, que esteve em evolução durante décadas, tornou-se num tópico incontornável para a sociedade. As empresas nacionais, com diferentes graus de resistência, foram adotando esta nova tecnologia. A plataforma de Inteligência Artificial (IA) que desenvolveste vem responder a que necessidades?
A verdade é que a Flow AI Ops surgiu quase como uma resposta natural à forma como o mundo está a mudar. As empresas deixaram de ter tempo — ou paciência — para processos lentos e manuais. Precisam de resultados, rapidez e flexibilidade. E é isso que fazemos: criámos uma plataforma que automatiza tarefas que consomem tempo e energia, como encontrar leads, qualificar potenciais clientes, criar mensagens personalizadas ou até lançar um site pronto a converter em poucos dias.
Mas a parte mais interessante é que isto está sempre a evoluir. A IA muda todas as semanas — às vezes todos os dias. E nós mudamos com ela. Temos sempre um olho no que está a surgir, a pensar: “O que é que podemos automatizar a seguir?”. Isso é o que nos motiva.
A Flow AI Ops não é só uma solução fixa — é quase como uma parceira que cresce com o cliente, pronta para resolver o próximo desafio antes sequer de ele aparecer.
2. A plataforma vem dar resposta a algum setor ou tipologia de empresa em particular?
Não diria que estamos presos a um setor em específico.
É claro que temos tido bastante procura por parte de empresas de recrutamento, marketing ou SaaS — que são normalmente mais ágeis e abertas à tecnologia. Mas o nosso foco é mesmo nas dores do negócio, não no setor.
Se uma empresa precisa de mais leads qualificados, ou quer tratar dados em tempo real, ou lançar uma campanha online sem demorar semanas… então é exatamente aí que entramos.
Já trabalhámos com empresas muito diferentes e o ponto comum é sempre o mesmo: querem simplificar, escalar e poupar tempo. Acreditamos que qualquer empresa que queira trabalhar de forma mais inteligente pode beneficiar dos nossos serviços.
3. A proteção dos dados é, com certeza, uma das preocupações do momento no que respeita à Internet e à maneira como os dados são atualmente processados. A IA veio intensificar essa preocupação. Como prevês que evolua a forma como encaramos a proteção de dados e que mecanismos utilizas na tua plataforma para salvaguardar a proteção dos dados que processa?
Sem dúvida. A proteção de dados tornou-se um tema ainda mais sensível com a entrada em cena da IA. E, na minha opinião, vamos continuar a caminhar para uma era de maior responsabilidade digital.
Já não chega fazer bem — é preciso fazer bem e com consciência.
Na Flow AI Ops, levamos isso muito a sério. Trabalhamos apenas com dados públicos ou autorizados, usamos encriptação em tudo o que passa pela plataforma, e temos processos de controlo para garantir que cada cliente sabe exatamente o que está a ser feito.
Nada é usado para treinar modelos, nem reutilizado fora do contexto original. A informação do cliente é dele, ponto final.
Mais do que seguir o RGPD, tentamos sempre estar um passo à frente. Porque no fim do dia, ninguém quer tecnologia que comprometa a confiança. E nós acreditamos que inovação e ética têm de andar de mãos dadas.
4. Qual é o impacto atual da IA na comunicação personalizada? E como imaginas que a evolução desta tecnologia, especialmente na personalização de conteúdos, vai transformar o cenário da comunicação e os modelos de negócio nos próximos anos?
O impacto já se sente de forma clara. Há uns anos, falar com 500 potenciais clientes de forma personalizada era impensável. Agora é possível — e é quase esperado.
As pessoas querem sentir que estão a ser ouvidas, que aquela mensagem é mesmo para elas. E a IA ajuda-nos a fazer isso, de forma escalável e sem perder a autenticidade.
No caso da Flow AI Ops, conseguimos criar mensagens únicas com base no perfil, no histórico, nos interesses da pessoa — tudo em segundos. Isso aumenta muito a taxa de resposta e cria ligações mais reais.
Olhando para o futuro, acho que isto vai mudar por completo a forma como comunicamos. Vamos passar de campanhas “em massa” para conversas contínuas, altamente personalizadas, e muitas vezes iniciadas pela própria IA.
E os modelos de negócio vão adaptar-se a isso — desde equipas mais pequenas, mas mais eficazes, até a novos serviços baseados em experiências personalizadas.
Quem souber aproveitar esta mudança vai destacar-se, sem dúvida.
5. Para finalizar, de que forma acreditas que a inteligência artificial está a redefinir o conceito de criatividade e inovação dentro do ambiente empresarial?
A IA está a abrir portas que antes nem sabíamos que existiam. E não é só sobre automatizar tarefas chatas — é sobre expandir o potencial criativo das equipas.
Hoje conseguimos testar ideias muito mais rápido. Podemos experimentar uma mensagem, uma estrutura de site, um design — e ver o que funciona em tempo real. Isso dá liberdade para errar rápido, aprender e melhorar. E, honestamente, esse ciclo de teste-aprendizagem é o que alimenta a inovação.
Mas o mais interessante é que a IA não substitui a criatividade humana. Pelo contrário, ajuda-nos a desbloquear ideias que talvez nunca teríamos tido sozinhos.
É uma parceria. A máquina dá sugestões, variações, caminhos alternativos — e nós, humanos, fazemos a curadoria, tomamos decisões com sensibilidade e contexto.
No fundo, estamos a entrar numa fase em que inovar não depende tanto de ter grandes equipas ou orçamentos gigantes — depende de saber usar bem as ferramentas certas. E a IA é, sem dúvida, uma dessas ferramentas.