Introdução ao Caso de Sucesso da Autofer
A preparação de uma boa candidatura contribui para o sucesso de um projeto, mas mais importante do que uma candidatura aprovada é uma candidatura executada com sucesso.
Com este mote, e tomando como exemplo um projeto de sucesso da empresa Autofer, que recorreu aos apoios do Portugal 2020 (agora Portugal 2030), em particular o Inovação Produtiva, desenvolvemos este Caso de Sucesso em parceria com a empresa.
A responder pela Autofer está Renato Gaio, o Diretor Comercial da empresa metalomecânica. Do lado da HM Consultores, a intervenção está ao cabo de Andreia Galante, Diretora Comercial, e Maria José Marques, Consultora de Investimentos e Estratégia.
Enquadramento do Projeto
HM: Quais foram as necessidades da empresa que levaram à necessidade do investimento produtivo?
RG: Foi essencialmente uma necessidade de aumento da capacidade produtiva. Ou seja, estávamos numa situação em que as perspetivas de crescimento eram bastante interessantes, mas com as condições que tínhamos não conseguíamos crescer mais se não investíssemos. Já tínhamos, por exemplo, a maioria dos turnos ocupados. Então investimos em equipamento produtivo, em máquinas e também em instalações para colocar as máquinas, de modo a atingirmos os objetivos a que nos tínhamos proposto e que nos comprometemos com os nossos clientes.
Era necessário realmente fazer um investimento significativo, quer em estruturas, quer em equipamento produtivo. A nossa intenção era também aumentar a capacidade de produção instalada, ou seja, fazer mais do mesmo, mas também fazer diferente. Daí alguns dos equipamentos terem sido pensados para aumentar diretamente a quantidade da produção e outros para produzir algo que não produzíamos anteriormente.
Foi também importante para nós e também está no âmbito deste investimento a nossa política de sustentabilidade e a redução de custos energéticos e da emissão de CO2. Daí também que estava incluído também neste projeto o investimento em painéis fotovoltaicos com o objectivo de redução da nossa pegada ambiental.
HM: O que é que motivou o recurso ao apoio do Portugal 2020?
RG: Em primeiro lugar, é importante frisar que todos os investimentos que fazemos, fazemos porque são necessários e porque vamos tirar valor acrescentado a esses investimentos. Com ou sem apoio, nós investimos. A partir do momento em que decidimos que é para fazer, é para fazer.
Neste caso, o recurso ao Portugal 2020 [Inovação Produtiva] foi interessante porque foi um investimento bastante significativo. Foram cerca de 2 milhões de euros e, como disse, apesar de não ser um entrave, na decisão pesa sempre se temos ou não apoio.
Portanto, a possibilidade de ter um apoio, ainda por cima com parte não reembolsável, ajudou na tomada de decisão, que foi mais célere. Este foi, efetivamente, o que motivou o recurso ao Portugal 2020 – a possibilidade de ter um apoio não reembolsável no investimento total. Isto permitiu que continuássemos a investir noutras áreas com o valor que foi reembolsado.
HM: Quais foram os objetivos preestabelecidos do projeto?
RG: O objetivo principal do projeto foi responder às necessidades iminentes dos nossos clientes, ou seja, aumentar a quantidade dos produtos atuais e diversificar a nossa gama de artigos. Houve uma necessidade que depois, realmente, se veio a verificar nos anos seguintes que houve um aumento significativo da procura por parte do cliente e, consequentemente, da nossa produção, e que precisávamos de aumentar a nossa capacidade.
Foi também nossa intenção apostar num controlo mais rigoroso da qualidade dos nossos produtos. Daí o investimento, neste caso na máquina de medição por coordenadas, uma tridimensional, e também dar um passo significativo em prol do nosso objetivo de consciencialização ambiental através dos painéis fotovoltaicos e, portanto, de modo geral, foram estas as premissas, digamos, que nos fizeram avançar com o projeto.
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No que respeita ao enquadramento do projeto, Andreia Galante, Diretora Comercial, tece as seguintes considerações:
O projeto da Autofer era bastante interessante não só por ser estruturante para a empresa, pois pretendia responder às exigências de clientes atuais e também diversificar a carteira de clientes. Isto, considerando que os projetos em carteira eram, em parte, inovadores a nível mundial.
Quanto a dificuldades, estavam mais associadas com o timing do investimento, já que nos últimos concursos do Portugal 2020, como é o caso, a dotação orçamental era mais reduzida, o que aumenta o nível de exigência dos projetos. Nestes casos, numa escala de 0 a 5 pontos apenas projetos acima de 4 pontos teriam dotação orçamental (esta foi uma prática adotada agora no Portugal 2030, estando este limiar já identificado no aviso de abertura, mas no Portugal 2020 não tínhamos este limiar pré-definido, pelo que no início do quadro comunitário 3 pontos eram suficientes), pelo que a análise de risco inicial era fundamental.
Como sempre, foi-me facultada informação detalhada sobre o projeto, o seu impacto e importância para a empresa e, mesmo sendo conservadora na análise inicial, conseguíamos atingir os 4 pontos. Há sempre uma fase importante de discussão a propósito da pontuação e de como a podemos subir de forma sustentada, sem colocar em causa as avaliações pós projeto, mas não houve nenhum ponto que fosse efetivamente crítico.
Este foi um caso em que, logo na fase inicial, houve mais do que luz verde para avançar com a proposta e posterior elaboração da candidatura.
Candidatura, Acompanhamento e Desenvolvimento do Projeto
Sobre a candidatura e o respetivo acompanhamento, Maria José Marques, a Consultora de Investimentos e Estratégia dedicada a este projeto, refere que:
A Autofer e as restantes empresas do Grupo, com o qual mantemos uma longa relação de colaboração, têm um histórico de projetos financiados muito interessante, em termos quantitativos e qualitativos, todos com uma taxa de execução próxima dos 100%. Esta circunstância revela a atenção que a empresa atribuiu à condução dos processos de gestão e acompanhamento dos projetos, em estreita colaboração com a equipa de consultores. Tomando como exemplo este projeto da Autofer, destaco 5 aspetos comportamentais e de gestão que sobressaem e que podem ser encarados como boas práticas a adotar noutras iniciativas. São eles:
- Nomear um responsável de projeto/ um zelador dos processos, que também atua como ponte de contacto com a equipa externa e assegura a comunicação eficaz e coordenação continua.
- Envolver todos os intervenientes (e a Administração) desde o início, favorecendo a validação da informação, a tomada de decisões e a compreensão partilhada das “regras do jogo”.
- Gerir o orçamentos e a documentação com rigor, profissionalismo e capacidade de gestão financeira, em particular nos pagamentos e documentação associada, assegurando conformidade e transparência.
- Executar e monitorizar os objetivos e as metas, de modo a facilitar a adoção de ações corretivas e ajustes ao plano inicial de forma proativa.
- Revelar uma atitude positiva e comportamento colaborativo em todas as etapas, permitindo uma parceria sólida e comunicação aberta.
HM: Quais foram as impressões e desafios que teve em relação ao projeto?
RG: Foi realmente um desafio muito grande devido à tipologia variada dos investimentos, ou seja, não se tratou só da aquisição de equipamentos, foi também de infraestruturas e recursos humanos. Percebemos logo que ia ser um processo burocrático bastante complexo, pois exigia o cumprimento da legislação e de várias normas, mas felizmente a equipa da HM Consultores conseguiu desde logo gerir todo o processo de forma muito eficaz e muito eficiente. Assim, à medida que íamos fazendo os investimentos e efetuando as compras, quer dos equipamentos, como das infraestruturas e das obras, íamos tendo sempre o acompanhamento da HM Consultores para a gestão de todo o processo documental de forma muito simples.
Houve também um outro grande desafio que foi fazer a gestão da instalação dos investimentos em infraestruturas em plena pandemia. Muitas vezes era difícil desbloquear alguns processos devido às limitações dos vários intervenientes que eram os fornecedores, quer das entidades públicas, neste caso da parte da Câmara Municipal por causa das licenças. As condicionantes foram significativas, mas como o projeto tinha sido muito bem preparado pela HM Consultores, tínhamos um guia e percebíamos claramente qual era a nossa missão, qual era o nosso sentido. Conseguimos, enfim, atingir as metas e os resultados a que nos propusemos.
Resultados
HM: Quais forma os resultados a nível…
- Económico
RG: Manifestaram-se efetivamente no aumento da capacidade, fruto do investimento em infraestruturas e equipamento. O que originou um aumento de vendas e, portanto, o crescimento do volume de negócios. Nos últimos 2/3 anos o nosso volume de negócios cresceu na ordem dos 60%. Assim, foi efetivamente muito importante para nós conseguir responder no timing certo para poder ter este resultado económico.
- Organizacional
RG: O investimento nos novos equipamentos e o aumento das infraestruturas originou naturalmente um crescimento significativo do próprio capital humano qualificado, mas também dos colaboradores mais operacionais. De forma geral, estes reforços vieram melhorar e solidificar toda a estrutura organizacional da empresa. Portanto, tornamo-nos numa empresa maior, mas também melhor. Crescemos também na própria infraestrutura ou na estrutura organizacional da empresa e que ainda hoje se mantém. Não temos crescido, mas pelo menos o que nós ganhámos temos mantido e tem servido de base para todos os nossos negócios.
- Desenvolvimento do Mercado
RG: Estes ganhos não se manifestaram no mercado naturalmente, antes de uma forma mais ou menos prevista. Ou seja, quando investimos nestes equipamentos e infraestruturas, estávamos a pensar em aumentar a nossa quota de mercado. Portanto, não só conseguimos aumentá-la nos nossos mercados tradicionais, como também solidificámos a nossa quota de mercado no mercado dos automóveis, que estávamos a desenvolver. Já tínhamos este objetivo há algum tempo, mas com estes investimentos conseguimos alcançar alguns objetivos que pré-definimos, de maneira facilitada.
HM: Quais foram as mais-valias de trabalhar com a equipa da HM Consultores?
RG: Nós trabalhamos com a HM Consultores há muitos anos, muitos projetos, e todos com sucesso. Portanto, o acompanhamento rigoroso e proativo da equipa da HM Consultores, ao longo de todo este processo, foi fundamental para o sucesso do mesmo. Como disse anteriormente, este projeto passou por dificuldades de execução devido a vários constrangimentos, mas conseguimos ter sempre um apoio sólido e eficiente por parte da HM Consultores. Recordo que este projeto aconteceu há relativamente pouco tempo e há alguns meses foi selecionado para a realização da auditoria em todo o processo. Mais uma vez, a equipa da HM Consultores estava preparada de uma forma exímia. Preparou toda a documentação necessária à auditoria, originando uma avaliação final sem quaisquer observações. Como tal, só tenho que agradecer a toda a equipa da HM Consultores que acompanhou este projeto.