“Temos vindo a trabalhar para assegurar um conjunto de instrumentos de financiamento, e sobretudo de capitalização, que muito em breve, a muito curto trecho, será conhecido”, anunciou a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, esta quinta-feira, durante mais um debate do ciclo “ReStart The Future”, desta vez dedicado ao papel do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na recuperação do turismo.
A governante chamou a atenção para a articulação dos fundos europeus do PRR e do Portugal 2030 com o “plano de retoma para o sector do turismo”. E destacou que a “prioridade passa por assegurar a capitalização das empresas no curto a médio prazo, na medida em que sabemos bem que as empresas sairão desta pandemia muito fragilizadas a nível do seu balanço”.
“Temos de garantir que estas empresas, que tanto deram ao sector, que tanto deram à economia, que tanto deram a este país, possam continuar a contribuir para a retoma”, justificou a secretária de Estado do Turismo.
OBJETIVO NÃO É VOLTAR A 2019
O turismo foi um dos sectores mais fustigados pela pandemia Covid-19, com um colapso de 61% dos hóspedes, 63% das dormidas e 74% dos proveitos em 2020 face a 2019.
Mas em 2019 o turismo era “a maior atividade exportadora do país”, lembrou Miguel Eiras Antunes, Partner e Public Sector, Transportation, Automotive & Tourism Leader da Deloitte. Então, o turismo respondia por 19,7% das exportações totais, 15,4% do consumo no território económico e 8,5% da riqueza gerada pelo país em termos de valor acrescentado bruto.
Alessandra Priante, diretora da Organização Mundial de Turismo (OMT) para a região europeia, alertou para a quebra de 74% ocorrida no turismo mundial em 2020, colocando mais de 100 milhões de empregos em risco.