O Millennium bcp é parceiro da HM Consultores desde 2020, com o intuito de oferecer ao tecido empresarial soluções de financiamento adequadas às suas necessidades.
Gonçalo Regalado é o Diretor de Marketing para empresas e PME do Millennium bcp, sendo responsável pela segmentação de clientes, gestão de produtos, financiamento da cadeia de fornecimento, programas de fundos europeus e soluções bancárias à medida para clientes empresariais. Com experiência em consultoria financeira e projetos de investimento, conversámos sobre o futuro do financiamento para Portugal.
Em que pilares tem apostado o BCP para ser uma mais-valia no apoio ao investimento das PME?
Na qualidade de maior Banco privado português, e com factos e números que o comprovam, podemos afirmar que somos um Banco determinante no apoio à Economia e aos Empresários. Com mais de 225.000 Clientes Empresariais, 18,7% de quota de crédito empresarial em carteira, líderes no crédito a PME e Exportadoras, atuamos com consciência da responsabilidade económica, social e financeira de ser o Banco Principal das Empresas (distinção da responsabilidade da DATA-E). Estas conquistas assentam num modelo baseado na digitalização e proximidade. Sendo o tecido empresarial português maioritariamente composto por PME, dispomos de processos desburocratizados e respondemos às necessidades imediatas dos nossos Clientes com elevada agilidade e simplicidade na concessão de financiamento. Com o conhecimento especializado e a experiência consolidada necessários à otimização e sustentabilidade das estruturas de financiamento dos projetos de investimento, equilibradamente alavancadas por financiamento bancário, nas melhores condições aplicáveis.
Por outro lado, sabendo-se da exigência financeira dos ciclos de investimento das PME em contextos económicos adversos, o Millennium bcp disponibiliza um conjunto de instrumentos financeiros de garantia e de funding sem precedentes na sua dimensão e na sua abrangência setorial. Estes instrumentos são de extrema importância na medida em permitem conceder crédito às PME em condições preferenciais, assegurando que as empresas em Portugal têm acesso a linhas de crédito suficientes para mitigar os impactos da crise pandémica, permitindo-lhes manter os respetivos planos de crescimento e desenvolvimento a médio e longo prazo.
O BCP tem mostrado uma postura bastante ativa no financiamento de PME no âmbito do Quadro comunitário PT2020. Com a transição entre Quadros, o que os empresários podem esperar da vossa parte?
Aquilo que os empresários encontrarão no Millennium bcp é um parceiro preparado para apoiar, estimular e desenvolver os desafios de especialização e transformação da economia portuguesa. Com qualidade de serviço, tempo de resposta e soluções de financiamento adequadas.
A nossa experiência no quadro comunitário Portugal 2020 está materializada em cerca de 6.500 projetos domiciliados, em mais de 5.300 milhões de euros de Investimento dos nossos Clientes, e mais de 2 mil milhões de euros de financiamento concedido para que os projetos se tornassem realidade. A dimensão suficiente para estarmos conscientes que cada Empresa e cada projeto merecem uma abordagem individualizada.
Em complemento ao já referido na questão interior, dispomos hoje de oferta diferenciadora ajustada a cada fase do projeto, de modelos preditivos que nos permitem abordagens centradas nas necessidades dos nossos Clientes, equipas dedicadas em exclusividade ao apoio ao investimento e parcerias estratégicas – como aquela que temos com a HM Consultores – que têm vindo a ser permanentemente reforçadas.
Sabendo-se que a complementaridade de dívida é fulcral para a viabilidade dos projetos, estamos a contribuir proactivamente para a divulgação das oportunidades de apoio com Incentivos Comunitários e a trabalhar em proximidade e cooperação com todos os stakeholders de quem depende o sucesso de implementação do Plano de Recuperação e Resiliência e do Portugal 2030. Para que todas as Empresas tenham a confiança e liquidez necessárias à execução rigorosa e atempada dos seus planos de transformação e crescimento.
Como avaliam o protocolo de articulação com o COMPETE2020 para atribuição de apoios do PT2020? Podem adiantar algum detalhe relativo aos apoios do novo Quadro Comunitário PT2030?
A nossa relação com o COMPETE 2020, à semelhança da relação com os restantes organismos públicos responsáveis pela gestão de Fundos Comunitários é muito profícua e traduz-se em benefícios evidentes para os nossos Clientes. Atuamos sob a responsabilidade de sermos Banco Líder (com mais de 36% de quota) em todos os avisos do Sistema de Incentivos à Inovação Produtiva, no que respeita à escolha de um Banco financiador do Incentivo Reembolsável (aplicável desde o final de 2018).
Sabemos que o Protocolo, consubstanciado na Linha Capitalizar Mais, tem desafios processuais e operativos que nem sempre correspondem à necessária agilidade e tempo útil de resposta que uma decisão de iniciar investimento assim exige. Mas estamos de igual modo cientes da sua importância na alavancagem de investimento, permitindo que mais Empresas possam ser apoiadas pelo Sistema de Incentivos à Inovação.
Pelo exposto, o nosso papel é o de poder contribuir para decisões esclarecidas dos nossos Clientes, antecipando cenários e alternativas e contribuindo para a otimização da estruturação financeira do projeto muito antes dele ser formalmente submetido ao abrigo dos avisos do PT2020. Naturalmente que a articulação com as Equipas de Consultoria é crucial para que esta atuação seja bem-sucedida. De modo que o recurso ao Incentivo Reembolsável seja deliberado, em função das circunstâncias implicadas.
No que respeita aos apoios do novo quadro comunitário Portugal 2030, mantêm-se por ora em aberto os modelos que vão ser adotados. Não obstante, estamos a trabalhar ativamente para que algumas das soluções de financiamento que têm vindo a ser preteridas por consequência da regulamentação aplicável, mas que fazem todo o sentido na defesa do interesse das Empresas (e das PME em particular) – como o Confirming na gestão de pagamento aos fornecedores de bens elegíveis e o Leasing no apoio à aquisição de novos equipamentos – possam vir a ser uma realidade no novo quadro comunitário.
Os apoios do PRR têm se revelado bastante complexos e exigentes, resultando numa perda generalizada de confiança por parte do tecido empresarial português. De que forma pode o sistema bancário contribuir para a utilização deste pacote pelas Empresas?
Na fase em que nos encontramos já não fará sentido discutir a bondade das opções e decisões do PRR. É tempo de zelar pela correta e atempada execução, com agilidade, adaptabilidade setorial e regional e controlo rigoroso das metas. Os objetivos são distintos de outros programas europeus de financiamento (que em breve serão fortemente reforçados pelo PT2030) e a diferença essencial está no caráter estruturante dos projetos. É necessário adotar uma visão de cadeia de valor, que impacte estruturalmente nos índices de crescimento económico e desenvolvimento. Não basta que as Empresas, individualmente, tenham “uma boa ideia”. É necessário saberem conceptualizá-la em consórcio, com mais escala, contribuindo materialmente para as metas e objetivos de resiliência, sustentabilidade e transição digital.
Pela dimensão do desafio e importância estratégica para o país do sucesso de implementação do Plano de Reformas e Investimentos estruturais para a recuperação de uma crise sem precedentes, é tempo de que todos os intervenientes estejam articulados, cooperem e assumam o seu papel. E nesse contexto, a complementaridade de instrumentos ágeis de financiamento e capitalização é fator chave de sucesso para o equilíbrio e ampliação do Investimento. Focada nas necessidades de cada Empresa, mas também de todo o ecossistema em que ela se insere. Deve ser esse o papel do sistema bancário, é essa a ambição do Millennium bcp.
Que conselho podem dar aos novos empresários, que apostam no desenvolvimento de um negócio, especialmente na realidade económica atual?
Em contexto de adversidade, o sucesso empresarial é particularmente vincado pelos Empresários que têm a capacidade de identificar oportunidades, de questionarem permanentemente a sustentabilidade da estratégia e de traduzirem o seu contributo em verdadeiro acréscimo de valor.
O desafio que se impõe é o de transformar em forças aquelas que possam ser as fraquezas. Com pragmatismo nas decisões e razoabilidade nas projeções e expectativas. Se os objetivos de negócio estiverem bem definidos, se a estratégia for a adequada, é ainda necessário acautelar a capacidade de execução. Dentro desta última, é determinante assegurar os recursos corretos: que as Pessoas têm as competências certas, que os bens respondem aos níveis de eficiência, digitalização e neutralidade carbónica que se impõem. Não menos importante, que o capital e a dívida estão ajustadas e equilibradas. E nesta dimensão, podem contar com o Millennium bcp na avaliação das melhores soluções. Porque resiliência… é connosco!
Gonçalo Regalado