Nelson de Souza classifica como “uma efabulação o que se diz sobre a capacidade de execução dos fundos em Portugal” e lembra que o Banco de Fomento vai gerir menos de 10% dos 16,6 mil milhões de euros da bazuca europeia.
O ministro do Planeamento, Nelson de Souza, “não [admite] perder nem 1 cêntimo do Portugal 2020”, numa altura em que ainda estão por executar perto de 40% dos 26 mil milhões do atual quadro comunitário de apoio.
Em entrevista ao DV, o governante calculou que a programação aponta para a execução de 16 pontos percentuais (pp) em 2021, 17pp em 2022 e 13pp em 2023, adiantando que a 30 de junho já tinha cumprido metade da meta para este ano, quando “tipicamente” é no segundo semestre que se cumpre 65% da execução” anual.
“É uma efabulação o que se diz sobre a capacidade de execução do PT2020 e até da capacidade de execução dos fundos em Portugal. Nos últimos três quadros comunitários não perdemos nem 1 cêntimo. (…) Estivemos sempre na linha da frente dos melhores executantes da Europa, 5pp acima da média europeia”, resumiu.
Quanto ao Banco de Fomento (BPF), Nelson de Souza frisou que “vai ser um importante executor de uma das medidas relevantes do PRR, que é a capitalização das empresas”. A nova instituição, sediada no Porto, vai gerir 1.550 dos 16,6 mil milhões de euros. Um valor que “nem chega a 10%, mas é uma quantia muito relevante no quadro da estratégia do PRR”.
E como vai fazê-lo? Através do Fundo de Capitalização e Resiliência, que será gerido pelo BPF, “de acordo com o contrato que vai fazer com a estrutura de missão”, e que “estará sujeito aos mesmos mecanismos de reporte de contas e de escrutínio e controlo de todos os beneficiários do PRR”, respondeu o ministro.
Jornal de Negócios
17 de Julho de 2021