A HM Consultores apoia-se em todos os seus colaboradores para que o seu serviço seja de excelência ao longo de mais de 30 anos. Na MagazineHM #26 apresentamos a entrevista a Maria José Marques, Consultora de Investimentos e Estratégia.

No teu percurso profissional, quais foram os marcos que te guiaram até à HM Consultores?

Um marco importante foi a decisão de deixar a atividade de investigação nas áreas da Inovação, das Políticas de Desenvolvimento e da Competitividade, exercida ao longo de mais de dez anos em Grupos de Investigação na Universidade de Aveiro, para seguir uma vertente mais prática e aplicada do conhecimento, ligada ao mundo das empresas e das organizações.

Esta decisão surge logo depois de ver aprovada uma bolsa de doutoramento em Gestão Industrial sobre o tema “Competitividade e Inovação empresarial”, da qual abdiquei para realizar dois projetos que marcam a minha aproximação às temáticas da gestão e à consultoria:Maria José Marques

  • O Projeto para a Criação de uma Rede de Inovação e Competitividade em Águeda (RICÁgueda), promovido pela autarquia no âmbito do programa iCentro, tendo sido contratada para coordenar e desenvolver esta iniciativa.
  • E, numa vertente mais empreendedora, a criação do Grupo de Consultores Independentes Criatinova, fornecendo serviços de consultoria nas áreas da Gestão da Inovação, da Criatividade e da Mudança.

Outro marco importante foi passar a exercer a atividade de consultoria no meio empresarial e não como independente, permitindo aprofundar o conhecimento nas áreas da gestão da inovação, das redes de cooperação e, sobretudo, dos incentivos financeiros e fiscais à I&D empresarial.

A HM Consultores, como empresa de referência na região, foi sempre um alvo de vigilância, surgindo em 2018 a oportunidade de integrar a Unidade de Projetos e Incentivos do Grupo. Aqui encontrei uma equipa jovem, muito competente e uma chefia com uma postura de líder inovador, com a qual me identifico.

De que forma é que as tuas qualidades impactam o desempenho na consultoria que ofereces?

Esta é uma questão interessante que para ser melhor compreendida beneficiaria da visão dos clientes.

Associo a realização com êxito das minhas funções à experiência e qualidades profissionais, mas também a dimensões de atitude e de comportamento:

A maturidade científica ajuda-me no desenvolvimento de pesquisas nas áreas tecnológicas dos projetos, no rigor e na qualidade da escrita.

A capacidade de compreender rapidamente o que está em causa, de ler as dinâmicas do negócio, a situação atual e onde se quer chegar; de ver o projeto como um todo e como as partes se relacionam, permite-me olhar com clareza e velocidade para as soluções.

A capacidade de pensamento estruturado aliada à flexibilidade (de associar e cruzar ideias, informação, dados) é um dos pontos que mais impacto tem na apresentação de soluções com valor e com impacto nos resultados das empresas.

O interesse em aprender sobre as áreas da inovação e da gestão, é um ponto forte que me mantém a par das tendências e das boas práticas na área.

Outros aspetos relacionados com a atitude e comportamento que considero positivos são: o foco no cliente, a capacidade de adaptação a diferentes contextos e ambientes, o perfil de zeladora de processos, a capacidade de medir esforço e cumprir prazos, o gosto pelo trabalho colaborativo e a facilidade de estabelecer relacionamentos com empresas e entidades do sistema de I&I.

A expressão destas qualidades é favorecida pelo clima de confiança e liberdade que que se vive na HM Consultores.

O que é que falta para que mais empresas comecem a reconhecer a importância da I&D? Conhecer melhor os apoios ao investimento fazem parte dessa equação?

Sim, conhecer as diversas soluções de financiamento e de apoio ao investimento é um fator importante para que mais empresas possam apostar na I&D e na inovação, de forma continuada e não episódica. Sabemos que essa aposta exige a afetação de recursos e tem riscos, pelo que os sistemas de incentivos financeiros e fiscais à I&D possibilitam a redução do risco associado a esses investimentos.

Há cada vez mais empresas a reconhecerem a importância da I&D e o papel crítico que desempenha no processo de inovação, os dados mostram que há um crescimento da despesa privada em I&D, mas continua a existir um fosso entre as intenções e os resultados e a inovação baseada no conhecimento continua a ter dificuldades em se impor em muitas empresas.

Falta mais empresas colocarem a inovação no topo das prioridades, alocando mais recursos à I&D. Falta uma direção estratégica para gerir as atividades de investigação, desenvolvimento e inovação, que defina os meios e os fins da inovação.

E depois é preciso criar o contexto adequado, uma cultura que tenha em consideração o conhecimento, o feedback e a criatividade das pessoas.

Os executivos pedem inovação, mas geralmente pecam quando se trata de providenciar os estímulos, as ferramentas, os indicadores e as estruturas necessárias.

A aposta na I&D e inovação tem riscos, mas o maior risco é não inovar.

No que à gestão de processos de inovação diz respeito, na tua opinião há espaço para as empresas investirem neste tema? Quais os principais benefícios?

Sim, sem dúvida. A inovação abrange todas as áreas numa organização, não se limita apenas aos produtos e processos que resultam da I&D.

Dado o ritmo da mudança tecnológica, da transformação digital e da competição global é essencial que as empresas sejam cada vez mais ágeis e inovem regularmente. Diria até que a inovação será uma arma difícil de evitar nesta luta de ganhar vantagem competitiva. Por isso, é importante que seja estrategicamente perseguida, planeada e gerida.

As empresas farão bem em ampliar e atualizar o seu conhecimento em gestão da inovação para que possam implementar conscientemente práticas que conduzam a melhores resultados de inovação.

Gerir os processos de inovação tem vários benefícios:

  • Maior capacidade para identificar oportunidades e transformá-las em valor;
  • Aumento do portfolio de produtos/serviços inovadores;
  • Melhor gestão e uso do conhecimento e dos inputs criativos (de dentro e de fora);
  • Aumento do crescimento, rentabilidade, produtividade e competitividade;
  • Redução de custos e geração de poupanças;
  • Capacidade acrescida para medir os efeitos e resultados.

Em termos profissionais, o que é que ainda te falta fazer?

Começo por dizer que a minha satisfação é grande em relação às funções que desempenho atualmente, sob vários pontos de vista. Cada projeto é único e o contacto com diferentes setores de atividade e áreas tecnológicas e com diferentes instrumentos de financiamento, abre portas a novas aprendizagens, novos processos colaborativos e novas abordagens de gestão, que me entusiasmam.

Tenho paixão por ajudar as empresas a fazer mais e coisas novas, por intervir em vários ambientes, combinando ideias e oportunidade. Vejo-me a continuar a trabalhar nestas áreas e ligada a uma organização que tem consolidado a sua capacidade de inovar e que tem concebido processos que revelam o apreço que tem pelos colaboradores.

Há, naturalmente, aspetos que quero melhorar e explorar. Por exemplo, quero estar mais próxima das tecnologias e isso impõe estudo, experimentação e aplicação de novas ferramentas.

Considerando que o contexto organizacional é favorável a novas ideias, à experimentação e à iniciativa, gostaria de pôr em prática atividades pró-inovação na empresa, mini projetos simples ou pequenas ações inovadoras, por exemplo, nas áreas da cultura organizacional, das interações com o exterior ou outras com potencial interesse e impacto na empresa.

A idade não é de todo limitativa às novas ideias e novos projetos, a fazer as coisas acontecer e à motivação para aprender, seja no campo profissional ou no campo do desenvolvimento pessoal.

Maria José Marques

Consultora de Investimentos e Estratégia