As insolvências diminuíram “acentuadamente” na UE e na Zona Euro entre abril e junho, mas Portugal foi um dos três países que viu este indicador aumentar.

Numa altura em que o mundo atravessa uma pandemia, Portugal destaca-se, e não pelas melhores razões. De acordo com o Eurostat, entre abril e junho, foi o país que registou a maior quebra (quase de 50%) no número de novas empresas a serem criadas, mas também o terceiro que observou um dos maiores aumentos de declarações de falência.

Desde 2015 até ao final do ano passado que, num cenário geral, o número de registos de novas empresas em território europeu estava a aumentar. Contudo, no início deste ano, com o aparecimento da pandemia, essa tendência foi contrariada.

No primeiro trimestre do ano, altura em que vários países começaram a adotar medidas de contenção do coronavírus, o número de registos de novas empresas diminuiu 14,2% na Zona Euro e 13,9% na União Europeia (UE), face ao último trimestre de 2019. Contudo, no segundo trimestre, a situação agravou-se: este indicador caiu 28,5% na Zona Euro e 29,3% na União Europeia (UE), refere o Eurostat.

Mas houve vários Estados-membros a superarem estes números. Portugal lidera mesmo a tabela, com a maior descida no número de novos registos (-48,2%), à frente de Espanha (-47,8%) e de Itália (-39,5%). Houve apenas um país em que este indicador aumentou: na Lituânia (+1,6%).

Evolução dos registos de empresas e das declarações de falência

Registos de novas empresas (a azul) e declarações de insolvência (a vermelho) na União Europeia.