Os Avanços Tecnológicas na Indústria

A tecnologia está a atingir patamares de desenvolvimento significativos e brutais, propiciando ideias que, até então, eram ficção científica. Estamos numa verdadeira revolução, em particular ao concretizarmos a integração de sistemas de Inteligência Artificial nos sistemas funcionais e operacionais. Passamos a incorporar “inteligência” e autonomia otimizada nas operações. Portanto, aguarda-se o desenvolvimento e a chegada ao mercado de novas soluções que irão mudar radicalmente o mundo do trabalho.

Tal como define a lei de Wright, as tecnologias ficam mais baratas a um ritmo consistente, à medida que a produção cumulativa dessa tecnologia aumenta. O que significa que vamos assistir nos próximos anos a uma forte penetração de tecnologias nas operações diárias que atualmente são desenvolvidas por ação e dependência direta humana. Às crescentes dificuldades de aceder à mão de obra, vai acelerar a procura de soluções para colmatar este constrangimento. Acresce ainda os incrementos em termos de produtividade, bem como a otimização no uso de recursos, através de uma gestão mais inteligente e sustentável, resultado da maior disponibilidade de dados, que levará ao domínio e conhecimento dos processos e operações que levarão a mais valor e rendimento.

Para Onde vai a Indústria Metalomecânica?

No contexto da indústria metalomecânica nacional, um dos principais desafios consiste na escassez de mão de obra preparada e disponível, facto que poderá agravar nos próximos anos. Igualmente relevantes são os temas da sustentabilidade, regulamentação, supply chain e a cada vez maior personalização. Perante estas condicionantes, é natural que a empresas procurem na tecnologia as soluções para este paradigma. O desenvolvimento de tecnologias na área da metalomecânica tem evoluído em vários sentidos, nomeadamente na:

  • Integração de maior número de operações por centro de maquinação, erradicando assim processos logísticos, de setup, entre outros associados ao fluxo de peças entre operações;
  • Aquisição de equipamentos com maior capacidade de manutenção autónoma, projetados para monitorar e realizar tarefas de manutenção de forma automática, sem a necessidade de intervenção humana;
  • Digitalização, com a redução dos custos de obtenção de dados, armazenagem e análise, que levam a um conhecimento profundo dos processos e respetivas interações. Isto tem o potencial de revolucionar o modelo operacional em termos de velocidade, custo e facilidade de implementação. Com o uso, por exemplo, de algoritmos avançados de autoaprendizagem para analisar grandes volumes de dados, conseguem-se gerar insights e identificar padrões;
  • Adoção de tecnologias de manufatura aditiva, que oferecem a capacidade de criar peças complexas e personalizadas com menos desperdício de material e tempo de produção;
  • Utilização de sistemas de simulação avançada de processos e produtos, que desempenham um papel cada vez mais importante na indústria, permitindo que as empresas otimizem os seus processos, reduzam custos e melhorem a qualidade dos produtos; e
  • Fabricação inteligente, também conhecida como Indústria 4.0, com integração de tecnologias avançadas de informação e comunicação (TIC) nos processos de produção. Essa integração visa aumentar a eficiência, a flexibilidade, a produtividade e a sustentabilidade da indústria:
    • Internet das Coisas (IoT): Sensores e dispositivos conectados à internet recolhem dados em tempo real sobre o processo de produção.
    • Big Data: A análise de grandes volumes de dados permite identificar padrões, prever falhas e otimizar processos.
    • Inteligência Artificial: Algoritmos de Inteligência Artificial podem ser usados para automatizar tarefas, tomar decisões e prever resultados.
    • Computação em Nuvem: Armazenamento e processamento de dados em nuvem permite acesso em tempo real e escalabilidade.
    • Robótica: Robôs colaborativos podem realizar tarefas perigosas, repetitivas ou de alta precisão.

As Soluções para a Competitividade na Indústria Metalomecânica

Diante das rápidas mudanças no cenário industrial, torna-se crucial para a indústria metalúrgica:

  • Identificar lacunas técnicas: Mapear as áreas em que a indústria precisa de inovações para aprimorar os seus produtos e processos;
  • Mapear tecnologias disruptivas: A indústria deve estar atenta a tecnologias que podem revolucionar o setor, tanto para se adaptar às mudanças quanto para liderá-las; e
  • Criar estratégias de adoção tecnológica: É fundamental estabelecer planos para incorporar novas tecnologias de forma eficiente e eficaz.

Nesse contexto, fontes de inovação como:

  • Universidades: Centros de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias.
  • Laboratórios nacionais: Entidades que impulsionam a pesquisa científica e tecnológica.
  • Instituições de investigação sem fins lucrativos: Focadas em soluções inovadoras para desafios específicos da indústria.
  • Pequenas empresas: Startups com alto potencial de inovação e disrupção.
  • Laboratórios industriais: Espaços para pesquisa e desenvolvimento direcionados às necessidades da indústria.

Estes centros de inovação podem ser parceiros estratégicos para:

  • Resolver desafios da indústria metalúrgica: As fontes de inovação podem oferecer soluções para problemas específicos do setor.
  • Proporcionar vantagem competitiva: A adoção de novas tecnologias pode impulsionar a competitividade das empresas metalúrgicas.

É neste contexto dinâmico que a HM Consultores se posiciona no apoio às empresas, por um lado, no acesso aos fundos comunitários do Portugal 2030 e do Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), para financiar os projetos de investimento da indústria, através da HMPI, e no apoio à aceleração, montagem e estruturação da função Inovação, com a área HMID.

Lúcio Trigo

CEO