Uma Questão de Tempo

O que justifica o superior desempenho dos grupos de raiz empresarial? Devem estas empresas abrir o seu capital? Como gerir o processo de sucessão empresarial de modo a honrar o legado? As respostas a cada uma destas perguntas merece um estudo cuidado. Afinal, mais de 70% das empresas em Portugal são PME de raiz familiar e os dados demográficos apontam para um contexto empresarial cada vez mais envelhecido. O que significa que ignorar estas questões é o mesmo que condenar uma fatia significativa das empresas portuguesas ao acaso, à fortuna.

João Rodrigues Pena, Founder & Managing Partner da Arboris e o convidado desta edição do Mãos na Massa, conhece bem esta realidade. Tanto que escreveu um livro sobre ela – 44 250 Passos Até ao Cume. No livro, tal como no Podcast da HM Consultores, o empresário expõe a urgência de cada grupo empresarial tomar as rédeas dos seus destinos, utilizando metodologias e estratégias caso a caso.

Para ilustrar a importância do tópico – e, já agora, do livro – pode ler-se entre as suas páginas o seguinte parágrafo: “Naturalmente que os atuais ou futuros Acionistas que não se revejam nas responsabilidades e no estímulo partilhado pelo crescimento e valorização do negócio terão toda a liberdade de alienar as suas ações e para tal o modelo de governação Acionista da empresa estabelece regras normalmente integradas no Protocolo de Família ou até num Pacto Social de Acionistas. Se assim não for, se houver Acionistas que não são envolvidos e se sentem excluídos, o risco de desagregação e de fim do controlo familiar do negócio é enorme, porque abre a porta a investidores externos agressivos, apostados em destruir esse controlo familiar.

Um Problema (Ainda) Tabu

Apesar da incontornável pertinência, muitos grupos empresariais retardam o confronto com questões de sucessão empresarial, pelo que Humberto Martinho, Founder & Chairman da HM Consultores, aqui no papel de entrevistador, não hesita em perguntar a João Rodrigues Pena: Quais são os principais desafios que os empresários devem antecipar para assegurar a continuidade e sustentabilidade do negócio? Como é que um empresário deve equilibrar a necessidade de controlar custos com esta vontade de crescer?

A Unidade Familiar Enquanto Ativo – Garantir a Sucessão Empresarial

Segundo as conclusões de um estudo relatado no livro 44 250 Passos Até ao Cume, a larga maioria dos Grupos empresariais de raiz familiar mostra sinais de grande maturidade nos principais aspetos da gestão da relação entre Acionistas e no seio da Família – e de ambos com a gestão do negócio. No entanto… o convidado expõe no episódio a maior ameaça a esta harmonia:

A sucessão é a maior ameaça porque sem ela perde-se a continuidade familiar da liderança do negócio. Claro que um gestor externo pode ser uma solução, mas não tem comparação com a liderança de sangue competente: a capacidade de liderança e união da família, a preservação do ethos e dos valores, ou a continuidade do apelo da família à frente do negócio são atributos de muito valor.

João Rodrigues Pena

Em Análise: Sucessão Empresarial no Contexto Nacional

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